PROFª
ANGELA CARLOTA
DISCIPLINA: GEOGRAFIA
SÉRIE: 2ºA/B
HABILIDADE:Identificar e compreender as fases de industrialização do Brasil,aplicando seu significado e consequências para o caso brasileiro.
LEIA O TEXTO ABAIXO E RESPONDA AS QUESTÕES 1 e 2:
Um panorama da política de desenvolvimento de Vargas
O
modelo de desenvolvimento do segundo governo Vargas continuou
a se caracterizar por desenvolvimento industrial, nacionalismo, dirigismo
estatal e aproximação com o capital estrangeiro. Baseava-se na concepção de que
o desenvolvimento se faria com base na articulação de um tripé: empresa
pública, empresa privada nacional e capital internacional.
Nesse período
processou-se uma reestruturação do Estado, com a criação de novas agências
voltadas para a formulação de políticas econômicas, como a Assessoria Econômica
da Presidência da República e a Comissão de Desenvolvimento Industrial (CDI).
Com elas firmava-se a concepção de um Estado ativo na formulação e execução de
políticas econômicas, cujo papel não podia ficar restrito às injunções
externas. Desenvolvimento era a palavra de ordem dos anos 1950, assim como, nos
setores getulistas e de esquerda, o nacionalismo era a linha-mestra.
A
política econômica do governo envolvia um Plano de Reaparelhamento Econômico e
um programa industrial com a formulação de várias políticas setoriais. No campo
da infra-estrutura foram criados o Fundo Rodoviário Nacional, cujo objetivo era
aumentar a malha rodoviária do país, e o Plano Nacional do Carvão, visando à
produção de energia por meio da modernização dos processos de extração e
beneficiamento do minério. Formulou-se também uma política de aparelhamento de
portos e ferrovias, criou-se o Fundo Nacional de Eletrificação e a propôs-se a
criação da Eletrobras, que só seria aprovada em 1961. Os pontos altos foram a criação
da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES).
Do ponto de vista
do desenvolvimento regional, criou-se a Superintendência do Plano de
Valorização Econômica da Amazônia e o Banco do Nordeste. Além disso, foram
criadas várias autarquias visando ao desenvolvimento agrícola e à colonização
do país, como o Banco Nacional de Crédito Cooperativo, o Instituto Nacional de
Imigração e Colonização, a Comissão Nacional de Política Agrária, o Serviço
Social Rural, embrião tímido de uma assistência ao trabalhador do campo, e a
Subcomissão de Jeeps e Tratores, primeira agência a fazer, no Brasil, o
planejamento da indústria automobilística, afinal implantada pelo governo
de Juscelino
Kubitschek.
Como pano de fundo
para a política de desenvolvimento, foi criado o BNDE, uma das mais expressivas
agências de fomento que o país conheceu e que foi resultado de uma demanda da
Comissão Mista Brasil-Estados Unidos para o Desenvolvimento Econômico. A
Comissão, por sua vez, foi criada em 1951 para estudar as exigências técnicas e
legais para que o Brasil pudesse formular e implementar projetos prioritários
nas áreas de energia, transporte e agricultura. Mais precisamente, propunha-se
estudar as condições de financiamento e de viabilidade técnica para os projetos
que integravam o Plano de Reaparelhamento Econômico do governo.
Na vertente
nacionalista, em janeiro de 1952 o governo reformulou a lei de remessa de lucros,
limitando em 10% o envio dos lucros das companhias estrangeiras para o
exterior. Vargas voltaria a insistir nesse ponto e, em novembro de 1953,
estabeleceu nova lei para lucros extraordinários. Ao fazê-lo, argumentava:
"Em vez de os dólares produzirem cruzeiros, os cruzeiros é que estão
produzindo dólares e emigrando". Essas leis, embora difíceis de
fiscalizar, eram suficientes para inquietar os setores econômicos associados ao
capital internacional. Não tinham tanto efeito prático sobre o dinheiro enviado
para o exterior, mas traziam insegurança para os investimentos estrangeiros.
Getúlio se movia
por um difícil caminho entre autonomia e cooperação internacional. O Acordo
Militar Brasil-Estados Unidos, de março de 1952, é um exemplo disso. Por ele os
Estados Unidos se comprometiam a fornecer equipamentos, materiais e serviços em
troca de minerais estratégicos. A fragilidade tecnológica e científica do país
era enfrentada através da criação, por exemplo, do Conselho Nacional de
Pesquisas (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino
Superior (Capes).
No plano
financeiro, Vargas e seus ministros da área econômica operaram uma difícil
manobra visando a conter a inflação e o déficit no balanço de pagamentos. Isso
implicou mudanças na política de câmbio que acabaram se tornando fator crucial
para a promoção do desenvolvimento industrial dentro do processo conhecido como
substituição de importações.
Ao fim do período,
o setor industrial foi o que apresentou maior dinamismo, com um crescimento de
8% ao ano e com uma expansão significativa da ocupação de mão-de-obra.
Floresceram também os debates e as controvérsias sobre o papel do Estado na
economia, o planejamento e o protecionismo. De toda forma, nos anos seguintes o
modelo Vargas foi predominante. Lançou as bases para o desenvolvimentismo de
Juscelino Kubitschek e inspirou os governos militares até as crises do petróleo
dos anos 1970 e 1980.
Maria Celina D’Araujo
2) Descreva como foi o fim do período no setor industrial.
ENVIAR AS RESPOSTAS NO ENDEREÇO DE E-MAIL; profangelacarlota@gmail.com
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