DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA – 9º ano A B C
Atividade - Professora Cristiane
Tema: descrição
e interpretação e oralidade.
Atividade
relacionada com o caderno aprender sempre e centro de mídia
Entregar até
dia 19/ 02 para o e-mail: kris.vicente26@gmail.com
dúvidas pelo Whatsapp 95113-5790
HABILIDADES: (EF08LP04B) Utilizar, ao produzir
diferentes gêneros textuais, conhecimentos linguísticos e gramaticais
Leia:
Nasce um escritor
O primeiro dever passado pelo novo
professor de português foi uma descrição tendo o mar como tema. A classe
inspirou, toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nunca dantes
navegados, o episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no
internato, eu vivia da saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade
e o sonho. O mar de Ilhéus foi o tema da minha descrição.
Padre Cabral levara os deveres para
corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a
existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que
escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, o autor
daquela página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu
acabara de completar onze anos.
Passei a ser uma personalidade,
segundo os cânones do colégio, ao lado dos futebolistas, os campeões de
matemática e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espécie
de Círculo Literário onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me
sentir prisioneiro, sensação permanente durante os dois anos em que estudei no
colégio dos jesuítas.
Houve, porém, sensível mudança na
limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteção e
colocou em minhas mãos livros de sua estante. Primeiro “As viagens de
Gulliver”, depois clássicos portugueses, traduções de ficcionistas ingleses e
franceses. Data dessa época minha paixão por Charles Dickens. Demoraria ainda a
conhecer Mark Twain, o norte-americano não figurava entre os prediletos do
padre Cabral.
Recordo com carinho a figura do
jesuíta português erudito e amável. Menos por me haver anunciado escritor,
sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver me revelado o mundo
da criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a
fazer mais leve a minha prisão, a minha primeira prisão.
Jorge Amado. “O menino Grapiúna”. Rio de Janeiro: Record, 1987. p.117-120.
1
– Segundo o texto, o novo
professor de português pediu aos alunos uma descrição com o tema “o mar”. O
narrador escolheu o mar de Ilhéus. Explique essa escolha:
________________________________________________________________________________________
2 – De acordo com o texto, o
professor “não regateou elogios” à vocação de escritor do narrador. O que
significa “não regateou elogios”?
( ) Significa “não poupou elogios”.
( ) Significa “não inventou elogios”.
( ) Significa “não selecionou elogios”.
3 – Na passagem “[...] sensação permanente durante os dois
anos em que estudei no colégio dos jesuítas.”, a que sensação o narrador se
refere?
______________________________________________________________________________
4 – Identifique o fato que, segundo
o narrador, mudou de modo considerável a sua vida, marcada por limitações no
internato:
( ) “Passei a ser uma personalidade, segundo
os cânones do colégio [...]”
( ) “Fui admitido numa espécie de Círculo
Literário onde brilhavam alunos mais velhos.”
( ) “[...] Cabral tomou-me sob sua proteção
e colocou em minhas mãos livros de sua estante.”
5 – No segmento “Primeiro ‘As
viagens de Gulliver’ [...]”, o termo grifado exprime:
( ) lugar.
( ) modo.
( ) tempo.
6 – Em “[...] clássicos
portugueses, traduções de ficcionistas ingleses e franceses.”, a vírgula
assinala a enumeração de elementos:
( ) opostos.
( ) alternados.
( ) correlacionados.
7 – Na parte “Demoraria ainda a
conhecer Mark Twain [...]”, ocorre:
( ) a metáfora.
( ) a sinestesia.
( ) a metonímia.
8 – O narrador expõe os motivos de
ele recordar “com carinho a figura
do jesuíta português erudito e amável”. Aponte o motivo, que na visão dele,
ocupa uma posição secundária:
( ) “[...] por me haver anunciado escritor
[...]”
( ) “[...] por me haver dado o amor aos
livros [...]”
( ) “[...] por me haver me revelado o mundo
da criação literária.”
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