Professor: Dante
Disciplina: História
Tema: NEOCOLONIALISMO
Leia o texto a seguir:
Introdução
O neocolonialismo,
ou imperialismo, foi o processo de colonização e ocupação da África e
da Ásia por grandes potências europeias, que se iniciou na segunda
metade do século XIX e continuou até meados do século XX.
Além da exploração
dos territórios e povos colonizados, o neocolonialismo provocou uma
série de conflitos internacionais. Eles eram motivados tanto por disputas
entre os colonizadores, quanto pela independência dos territórios colonizados -
o que causou grande impacto no desenvolvimento destes países dali em diante.
Contexto
histórico
Durante o século
XIX, a Europa passou por um intenso processo de industrialização,
que se espalhou por países como Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Itália e
Alemanha. Este processo ficou conhecido como Segunda Revolução Industrial,
e provocou uma grande transformação nos processos de produção desses
países.
Surgiram as
primeiras grandes corporações industriais, que necessitavam de
matéria-prima para produzir e de mercados para comercializar seus produtos,
dentro da nova lógica de desenvolvimento do capitalismo.
Também foi um
período marcado pela ascensão do nacionalismo no continente europeu,
que influenciou processos como a independência da Bélgica, em 1830, e as
unificações alemã e italiana, na década de 1870. Desse modo, os Estados
nacionais que se consolidavam competiam entre si para estabelecer novas
fronteiras comerciais e expandir seu parque industrial.
É nesse contexto
que nasce o neocolonialismo, como resultado da disputa entre as potências
europeias para explorar territórios do continente africano e asiático,
principalmente em busca de matérias-primas e novos mercados para os bens
produzidos pela indústria.
Nesse processo,
houve uma ocupação com moldes imperiais (daí o termo
“imperialismo”) sobre os territórios ocupados, a exploração de recursos
naturais e mão de obra, bem como o desmantelamento de culturas e
tradições locais, e a influência sobre a organização dos povos dominados.
Conferência
de Berlim
Os países europeus
já tinham interesses no continente africano desde o início do século XIX. No
entanto, o momento considerado determinante para o estabelecimento dos grandes
impérios coloniais foi a Conferência de Berlim, realizada na
capital alemã entre 1884 e 1885, liderada pelo chanceler germânico Otto
von Bismarck.
O encontro foi
organizado para mediar os interesses das potências europeias sobre o
território africano. Era uma resposta, principalmente, à ação de ocupação
de uma extensa área pelo rei da Bélgica, Leopoldo II - onde, hoje, fica a
República Democrática do Congo. O resultado da Conferência de Berlim foi a
divisão da África entre os países da Europa, o que foi responsável
por estabelecer boa parte das fronteiras do continente, sem respeitar
traços culturais, étnicos e religiosos, além da própria organização já
existente entre os africanos.
Charge sobre a
Partilha da África na Conferência de Berlim
Como
a Europa via a África
Ideologicamente, a
colonização de territórios na África e Ásia não foi justificada como a busca
por mercados e matérias-primas, mas como uma tentativa de levar a
civilização a esses locais dominados pela barbárie.
A justificativa se
pautou na existência de um imaginário construído na Europa de que o continente
africano era um lugar exótico a ser explorado e conquistado. Nesse
sentido, caberia aos europeus a tarefa de civilizar as regiões
atrasadas, o que também carregava um ideal de superioridade racial e
cultural.
Estas ideias
estavam baseadas no que foi chamado de darwinismo social, ou seja,
a utilização de noções elaboradas por Charles Darwin no estudo da evolução das
espécies no âmbito biológico, mas aplicadas a um contexto social e cultural,
para explicar a existência de civilizações evoluídas e atrasadas.
Um importante documento
histórico desse período é o poema “O fardo do homem branco”, escrito em 1898
por Rudyard Kipling, clamando ao “homem branco” que cumpra seu papel
civilizador nos territórios selvagens. Esse imaginário também justificou
diversas expedições científicas e religiosas no continente africano, e foi
amplamente retratado na literatura e, posteriormente, no cinema.
Colonialismo
x neocolonialismo
Apesar de serem
termos similares, cabe destacar algumas diferenças. entre o colonialismo estabelecido
pelos europeus do século XVI ao XVIII, principalmente nas Américas, e o
neocolonialismo dos séculos XIX e XX, que ocupou basicamente África e Ásia.
Colonialismo
Estabelecido
do século XVI ao XVIII, principalmente nas Américas. As nações
europeias implantaram colônias efetivas nos territórios
americanos, buscando produtos complementares à economia
europeia, estabelecendo governos e impondo sua cultura aos
povos nativos.
Neocolonialismo
Ocupou
basicamente África e Ásia, durante os séculos XIX e XX.
Foi caracterizado pela interferência em sociedades já estabelecidas,
podendo demandar uso de força militar, para atender interesses
imediatos do processo de industrialização das potências europeias. A
administração dos territórios podia ser feita diretamente pelos países
europeus, ou por via indireta, através de alianças com elites locais.
Consequências
no século XX
O neocolonialismo
europeu provocou uma série de conflitos nas sociedades que foram ocupadas,
promovendo a exploração das populações locais e agressões a seus
direitos básicos. Como consequência, surgiram vários movimentos
pela independência dos territórios colonizados, alimentando lutas que se
prolongaram por boa parte do século XX.
Ao mesmo tempo,
as disputas entre as potências imperialistas europeias atravessou
o século XIX e contribuiu, em última instância, para a Primeira Guerra Mundial em 1914.
Disponível em https://querobolsa.com.br/enem/historia-geral/neocolonialismo;
acessado em 13/02/2021
Questões:
1. (ENEM/2009)
A formação dos
Estados foi certamente distinta na Europa, na América Latina, na África e na
Ásia. Os Estados atuais, em especial na América Latina - onde as
instituições das populações locais existentes à época da conquista ou foram
eliminadas, como no caso do México e do Peru, ou eram frágeis, como no caso do
Brasil -, são o resultado, em geral, da evolução do transplante de
instituições europeias feito pelas metrópoles para suas colônias. Na África, as
colônias tiveram fronteiras arbitrariamente traçadas, separando etnias, idiomas
e tradições, que, mais tarde, sobreviveram ao processo de descolonização, dando
razão para conflitos que, muitas vezes, têm sua verdadeira origem em disputas
pela exploração de recursos naturais. Na Ásia, a colonização europeia se fez de
forma mais indireta e encontrou sistemas políticos e administrativos mais
sofisticados, aos quais se superpôs. Hoje, aquelas formas anteriores de
organização, ou pelo menos seu espírito, sobrevivem nas organizações políticas
do Estado asiático.
GUIMARÃES,
S. P. Nação, nacionalismo, Estado. Estudos Avançados. São Paulo:
EdUSP,
v. 22, n.º 62, jan.- abr. 2008 (adaptado)
Relacionando as
informações ao contexto histórico e geográfico por elas evocado, assinale a
opção correta acerca do processo de formação socioeconômica dos continentes
mencionados no texto.
A
- Devido à falta de recursos naturais a serem explorados no Brasil,
conflitos étnicos e culturais como os ocorridos na África estiveram ausentes no
período da independência e formação do Estado brasileiro.
B - A
maior distinção entre os processos histórico formativos dos continentes citados
é a que se estabelece entre colonizador e colonizado, ou seja, entre a Europa e
os demais.
C - À
época das conquistas, a América Latina, a África e a Ásia tinham sistemas políticos
e administrativos muito mais sofisticados que aqueles que lhes foram impostos
pelo colonizador.
D
- Comparadas ao México e ao Peru, as instituições brasileiras, por
terem sido eliminadas à época da conquista, sofreram mais influência dos
modelos institucionais europeus.
E - O
modelo histórico da formação do Estado asiático equipara-se ao brasileiro, pois
em ambos se manteve o espírito das formas de organização anteriores à conquista
2. (UDESC/2008)
No decorrer do
século XIX, as grandes potências europeias lançaram-se à conquista colonial da
África e da Ásia. Sobre a ocupação da África e suas consequências,
é incorreto afirmar:
A - A
violência em que se deu a colonização provocou grandes distorções nas
estruturas econômicas, sociais e culturais dos territórios dominados. Intrigas
entre etnias foram estimuladas e antigos reinos destruídos, vencidos pela
superioridade militar dos colonizadores.
B - Os
europeus demarcaram fronteiras, confiscaram terras, forçaram grupos nômades a
fixar-se em territórios específicos. Em consequência disso, os Estados
africanos atuais, na sua maioria, não têm a mesma unidade cultural, linguística
e social.
C - A
ocupação do território africano destruiu estruturas tradicionais; a economia
comunitária ou de subsistência foi totalmente desorganizada, pela introdução de
cultivos e outras atividades, destinadas a atender exclusivamente às
necessidades das metrópoles.
D - A
ocupação europeia beneficiou o continente africano, pois possibilitou a
inserção da África na economia capitalista mundial. Antes da colonização
europeia, a economia africana restringia-se a suprir as necessidades básicas de
sua população; assim, os africanos viviam sob condições de vida bastante
atrasadas.
E - A
ocupação das colônias criou sérios problemas (muitos ainda não resolvidos,
mesmo na atualidade). Pode-se dizer que muitos dos conflitos étnicos que
existem hoje na região são consequências da dominação colonial da África.
3. (ENEM/2014)
Três décadas – de
1884 a 1914 – separam o século XIX – que terminou com a corrida dos países
europeus para a África e com o surgimento dos movimentos de unificação nacional
na Europa – do século XX, que começou com a Primeira Guerra Mundial. É o
período do Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e dos acontecimentos
empolgantes na Ásia e na África.
ARENDT.
H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
O processo
histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida
em que:
A
- difundiu as teorias socialistas.
B
- acirrou as disputas territoriais.
C
- multiplicou os conflitos religiosos.
D
- conteve os sentimentos xenófobos.
4. Discorra sobre
a relação entre a neocolonização e a 1ª Guerra Mundial.
Peço, por
gentileza, que me devolvam as atividade pelo seguinte e-mail:
profdante4@gmail.com
Essa atividade é para que série??
ResponderExcluir1° ano
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