Boa
tarde, queridos alunos!!
Profª
Angélica
Disciplina
– Língua Portuguesa
Série
– 7º A
Semana
– 29/03 a 05/04
Habilidades
– Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo da ficção e
apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os em sua
diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.
Atividade
1 – Ler o texto abaixo:
Conto:
O bisavô e a dentadura (Sylvia Orthof)
“Eu
ouvi esta história de uma amiga, que disse que isso aconteceu, de verdade, em
Montes Claros, Minas Gerais.
Para
contar a história, é preciso imaginar uma velha fazenda antiga. Dentro da
fazenda, uma vetusta (socorro, que palavrão!) mesa colonial, muito comprida, de
jacarandá, naturalmente. Em volta da mesa, tudo que mineiro tem direito para um
bom almoço: tutu, carne de porco, linguiça, feijão-tropeiro, torresminho, couve
cortada bem fina... e nem posso descrever mais, porque já estou com excesso de
peso, só de pensar: hum, que delícia!
A
família era enorme e comia reunida, em volta da toalha bordada: pai, mãe, avó,
avô, filhos, netos, sobrinhos, afilhados, a comadre que ficou viúva, a
solteirona que era irmã da vó da Mariquinha... e o bisavô Arquimedes. O bisavô
Arquimedes usava dentadura.
Naturalmente,
cada integrante tinha a sua frente o seu saboroso prato de tutu, couve,
torresmo, feijão-tropeiro, carninha de porco, linguiça, etc. e tal. E todos
mastigavam e repetiam porque a fartura, ali, em Montes Claros, naquele tempo,
era um espanto, de tanta! E cada um, evidentemente, tinha o seu copo. Pois os
copos e o bisavô Arquimedes, diariamente, sofriam a seguinte brincadeira:
-
Toninho, ocê vai beber desse copo aí, na sua frente? Olha que o bisavô deixou a
dentadura dele de molho, bem no seu copo, Toninho, na noite passada!
-
Num foi no meu, não: foi no copo da Maroca! O bisavô deixou a dentadura dentro
do copo da Maroquinha!
-
Ó gente, num brinca assim que eu fico cum nojo, uai!
O
velho bisavô Arquimedes ouvia, sorria, mostrando a dentadura.
Quando
chegava o doce de leite, o queijinho, a goiabada e uma tal de sobremesa que tem
o nome de "mineiro de botas", que tem queijo derretido, banana,
canela, cravo, sei lá mais que gostosuras, o pessoal comia e comia. E depois de
comer tanto doce, a sede vinha forte, e a chateação começava, ou recomeçava, ou
não terminava.
-
Tia Santinha, não beba do copo da dentadura do bisavô, cuidado! Tenho certeza
de que a dentadura ficou no seu copo, de molho, a noite inteira!
O
bisavô ouvia e ia mastigando, o olhinho malicioso, nem te ligo para a
brincadeira, comendo a goiabadinha, o "mineiro de botas", o doce de
leite, o queijinho... e mexendo a dentadura pra lá e prá cá, pois a gengiva era
velha e a dentadura já estava sem apoio, Mas o bisavô tinha senso de humor... e
falava pouco. O pessoal cochichava que ele era mais surdo do que uma porta.
Bestagem, porque se existe coisa que não é surda, é porta: mesmo fechada, deixa
passar cada coisa...
Um
dia, de repente, o bisavô apareceu sem a dentadura.
E
como todos perguntaram para ele o que tinha havido, o velho Arquimedes sorriu,
um sorriso banguela dizendo:
-
Ôces tavam pertubando demais, todos com nojo dela, resolvi não usar, uai!
Aí,
a família ficou sem jeito, jurando que não iria falar mais da dentadura, que
tudo fora brincadeira, que todos adoravam o velho Arquimedes, que ele
desculpasse.
-
Tá desculpado, num tem importância. Eu já tava me aborrecendo com a história,
mas tão desculpados. Mas até que tô achando bom ficar banguela: vou comer tutu
e sopa... e doce de leite mole, ora!
A
família insistiu, pediu perdão, mas o bisavô botou fim à conversa, dizendo:
-
Ocês num insista. Resolvi e tá resolvido. O dia que eu deixar de resolver, boto
a dentadura outra vez!
E
passaram-se vários dias. Ninguém mais fazia a brincadeira do copo. De vez em
quando, o bisavô lembrava:
-
Tô sentindo falta...
-
Da dentadura, bisavô?
-
Não, da traquinage de ocês... ninguém tá com nojo de beber água no copo, né?
-
Ora, o senhor não deve levar a mal, foi molecagem, a gente não faz mais, pode
usar a dentadura, bisavô.
Um
dia, de repente, o bisavô voltou a usar a dentadura. Todos na mesa se cutucaram
e começaram a rir, muito disfarçado, quando bebiam água, pensando... sem dizer,
pois haviam prometido.
Depois
da sobremesa, boca pedindo água depois de tanto doce caseiro, o velho
Arquimedes disse:
-
Ôces tão bebendo tanta água, sem nojo...
-
Bisavô, era brincadeira!
-
Eu também fiz uma brincadeira: durante todo esse tempo que fiquei banguela,
minha dentadura ficou de molho, dentro do FILTRO!
Atividade
2 - FICHAMENTO DE LIVRO
A)
ELEMENTOS DA NARRATIVA
1.
Personagens principais: _________________________________________
2. Enredo (sequência de ações):
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.
Narrador (1ª, 2ª, ou 3ª pessoa) - Transcreva 3 trechos do livro que
comprove
sua resposta:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4.
Tempo (transcreva trechos do livro que comprove sua resposta):
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5.
Espaço (transcreva trechos do livro que comprove sua resposta):
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
B)
MOMENTOS DA NARRATIVA
1.
Situação inicial (ou apresentação): geralmente coincide com o começo da
história; é o momento em que o narrador apresenta os fatos iniciais, as
personagens e, à vezes, o tempo e o espaço.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2.
Conflito (ou desenvolvimento): é a parte do enredo em que é desenvolvido o
conflito. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3.
Clímax: é o momento culminante da história, ou seja, aquele de maior tensão, no
qual o conflito atinge o seu ponto máximo.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4.
Desfecho (ou conclusão): é a solução do conflito, que pode ser surpreendente,
trágica, cômica etc., e corresponde ao final da história.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Obs:
enviar a atividade para o e-mail angélica_consentino@hotmail.com
até dia 05/04.
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